Os exames eletrofisiológicos avaliam a atividade neuroelétrica das vias auditivas centrais.
Os potenciais evocados auditivos (PEAs) são amplamente utilizados na rotina clínica em audiologia para o diagnóstico de alterações auditivas – deficiência auditiva – e também é utilizado para o monitoramento audiológico, como por exemplo, pré e pós-realização do treinamento auditivo ou pré e pós-adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI).
Na criança, o potencial evocado auditivo e tronco encefálico (PEATE), conhecido clinicamente como BERA, é um exame que pode ser realizado desde o nascimento, em conjunto com as emissões otoacústicas evocadas (EOAs).
O PEATE avalia a integridade da via auditiva, do nervo auditivo ao tronco encefálico. Através dele, também se realiza a pesquisa do limiar eletrofisiológico nas frequências específicas de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz.
Na pesquisa da integridade da via auditiva por estímulo clique avaliamos a presença e latência das ondas I, III e V e dos interpicos I-III, III-V e I-V. O PEATE auxilia o fonoaudiólogo e médicos a entenderem como está acontecendo a atividade sináptica de diversas estruturas do tronco encefálico, mediante a presença de um estímulo acústico. Do nascimento até 24 meses, podemos verificar se o bebê apresenta uma deficiência auditiva ou se a criança encontra-se com a maturação da via auditiva em atraso. Faz-se importante frisar que não se deve realizar pesquisa de limiar eletrofisiológico com estímulo clique.

A pesquisa por frequência específica (Tone burst) é obrigatória em casos de suspeita de deficiência auditiva ou em crianças maiores que não respondem às avaliações comportamentais. Apenas com os limiares obtidos por frequência específica é que a fonoaudióloga (o) conseguirá realizar com precisão a regulagem do AASI. O AASI quando regulado de forma errada gera uma amplificação insuficiente, ou até mesmo causa desconforto auditivo ao bebê e a criança.

Outro PEA que podemos utilizar nos bebês e nas crianças é o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL), também denominado Potencial Evocado Auditivo Cortical (PEAC). Com o potencial cortical podemos observar as modificações neurofisiológicas decorrentes do processo maturacional ao longo do desenvolvimento. O componente P1 é considerado um biomarcador da maturação das estruturas do sistema auditivo. A latência de P1 nos indica o tempo que o estímulo acústico leva para chegar ao córtex auditivo.
A avaliação de P1 pode ser utilizada para acompanhar o desenvolvimento cortical de crianças usuárias de Implante Coclear e AASI, uma vez que um bom desenvolvimento ou um baixo desenvolvimento refletem diretamente no desempenho da percepção da fala.

Nesse traçado observamos todos os componentes, até o componente cognitivo P300. A marcação foi realizada na onda referente ao estímulo raro. Há quatro traçados, pois potencial que é potencial deve se repetir. Dessa forma, optei por realizar em Fz e Cz simultaneamente. O P300 deve ser avaliado apenas em crianças acima de cinco anos.
O complexo P1-N1-P2 (Fig. 3, no círculo em vermelho) também é muito descrito na literatura para avaliar o desenvolvimento cortical em crianças até quatro anos. Importante ressaltar, que conforme a criança vai se desenvolvendo a latência de cada componente vai diminuindo e a amplitude fica maior, pois houve o surgimento de uma grande quantidade de neurônios na via auditiva central.
Os PEAs não substituem a avaliação comportamental! Eles são exames importantes dentro da avaliação auditiva infantil para auxiliar nos diagnósticos. Não obstante, devemos lembrar que toda avaliação auditiva deve ser realizada considerando o princípio do cross-check. Assim evitaremos diagnósticos errôneos que podem prejudicar o desenvolvimento da criança, além de termos diagnósticos e avaliações audiológicas de acompanhamento cada vez mais confiáveis.

Muito importante todos exames complementares para fechar um bom diagnóstico auditivo principalmente em crianças e ou alterações neurologica ou outras deficiencia que pode comprometer o resutado dos exames que dependa da resposta do paciente se tenho outros exames ajuda muito etc quando quer fechar um diagnóstico mais completo.
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