RESUMO
Tendo em vista que as dificuldades encontrados pelos estudantes surdos oralizados usuários de implante coclear em relação a uma única abordagem metodológica de ensino de alfabetização e letramento, pesquisa-se sobre a alfabetização e letramento de surdos oralizados usuários de implante coclear a fim de identificar a correlação de quais métodos de alfabetização podem auxiliar na construção do conhecimento durante o processo de alfabetização e letramento dos estudantes surdos oralizados usuários de implante coclear, para tanto é necessário comprovar de que forma a alfabetização e o letramento podem ser trabalhados com os estudantes; analisar a correlação de métodos de alfabetização, que podem ser trabalhados de forma que favoreçam o estudante nas práticas sociais de leitura e escrita; descrever o papel do professor em como promover mediações e intervenções de acordo a combinação das abordagens metodológicas. Realiza-se então uma pesquisa bibliográfica, descritiva, exploratória e qualitativa. Diante disso, verifica-se também o papel do professor como mediador das práticas conduzidas ao aprendizado de seus alunos e o que impõe a constatação de uma pesquisa com tema, problema e objetivos devidamente atendidos de forma significativa.
PALAVRAS-CHAVE
Alfabetização, Letramento, Método, Implante Coclear.
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo abordará como a alfabetização e o letramento dos estudantes surdos oralizados usuários de implante coclear podem ser construídos através da correlação de métodos de alfabetização, entre a combinação de abordagens que possam levar o estudante ao exercício da prática social da leitura e escrita.
O surdo oralizado usuário de implante coclear, são surdos congênitos ou adquiridos que utilizam a língua oral para se comunicar, devido ao uso do seu implante coclear, ou ouvido biônico, que é implantado cirurgicamente de forma parcial, pois possui componentes internos e externos, possibilitando assim uma audição bem próxima da fisiológica. Sendo assim, os surdos oralizados possuem como língua materna o português escrito e falado.
Dentro desse contexto, questiona-se: como podemos levar o estudante surdo oralizado usuário de implante coclear ao exercício das práticas de leitura e escrita, através da correlação de métodos de alfabetização?
Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivos: Identificar a correlação de quais métodos de alfabetização podem auxiliar na construção do conhecimento durante o processo de alfabetização e letramento dos estudantes surdos oralizados usuários de implante coclear; comprovar de que forma a alfabetização e o letramento podem ser trabalhados com os estudantes; analisar a correlação de métodos de alfabetização, que podem ser trabalhados de forma que favoreçam o estudante nas práticas sociais de leitura e escrita; descrever o papel do professor em como promover mediações e intervenções de acordo a combinação das abordagens metodológicas.
Justifica-se a pesquisa por conta das dificuldades relacionadas a compreensão de seus professores, na escolha de uma única metodologia como estratégia de ensino, na qual direcionem seus alunos para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita de forma geral, não respeitando a necessidade de cada um.
O devido artigo tem como relevância apresentar um caminho eficaz e assertivo para o processo de alfabetização e letramento dos alunos, correlacionando diferentes métodos de alfabetização já utilizados por professores de forma isolada, fazendo assim mediações e intervenções necessárias de forma pedagógica, para ampliar e compor o conteúdo para a aquisição da leitura e escrita durante o exercício das práticas sociais de leitura.
Tendo também como fundamento apontar as estratégias metodológicas, visando professores mais preparados no âmbito educacional direcionado ao estudante surdo oralizado usuário de implante coclear.
Os procedimentos metodológicos utilizados durante a pesquisa têm caráter bibliográfico descritivo baseado em artigos, livros, dissertações, relacionados ao objetivo geral do tema proposto como forma de solucionar o problema evidenciado, estabelecendo hipóteses e fazendo verificações necessárias que poderão solucioná-lo.
Para a chegar as informações, propõe-se através de uma pesquisa exploratória e qualitativa fundamentada em conceitos da Base Nacional Comum Curricular, e em autores como Magda Soares, Fernando Capovilla, Renata Jardini, Jean Piaget, na qual foi feita uma leitura interpretativa, avaliando o conteúdo das literaturas consultadas, levantando assim informações sobre os conceitos de alfabetização, letramento e métodos de alfabetização fundamentadas pelos autores. Pode-se citar como palavras-chave: Alfabetização, Letramento, Métodos, Surdos, Oralizados, Implante Coclear.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO PODEM SER TRABALHADOS COM OS ESTUDANTES SURDOS ORALIZADOS USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR.
Os métodos de alfabetização a serem abordados na pesquisa são o Método das Boquinhas, Método Fônico, Método Tradicional e a Teoria Construtivista, que possuem estratégias que podem ser correlacionadas de acordo as necessidades de aprendizagem do estudante surdo oralizado usuário de implante coclear, favorecendo assim a construção de seu conhecimento.
Na visão de Soares (2017), é preciso a combinação de vários métodos para alfabetizar, por que para a aquisição da leitura e escrita é necessário o uso de metodologias e estratégias diferentes. Para isso o professor precisa conhecer as técnicas de leitura e escrita, saber que ler e escrever possui processamentos cognitivos diferentes e que a alfabetização e o letramento são ações distintas que se integram e ambas são importantes para o processo de ensino-aprendizagem.
Os estudantes citados, são crianças que possuem o português falado como língua materna, portanto para processo de alfabetização e letramento desse sujeito é indispensável que haja múltiplas estratégias que venham conduzir de maneira assertiva o aprendizado de cada estudante, tornando necessária a soma das metodologias, de acordo as necessidades do aprendiz, pois cada sujeito é único e deve ser visto de forma individual. Sobre os métodos de alfabetização, Soares diz o seguinte:
Não há como reduzir a complexidade do processo a um método, se você entende método como agir alicerçado em fundamentos teóricos. No caso da alfabetização, fundamentos psicológicos – psicologia do desenvolvimento, cognitiva, no que se refere à criança – e fonologia, psicolinguística, sociolinguística, no que se refere ao objeto. Pode haver vários métodos que funcionem ao mesmo tempo. (SOARES,2017, p.16)
A alfabetização e o letramento podem ser trabalhados de maneira compreensível em crianças surdas oralizadas se o seu professor oferecer apoio prático e fundamental no decorrer das atividades propostas em sala de aula seguindo orientações como chamar a atenção do aluno quando houver necessidade, certificando sempre sua atenção durante as explicações, manter a sala bem iluminada, falar de frente sem grandes movimentos enquanto fala, não bloquear o rosto enquanto fala, de forma que o aluno possa fazer a leitura orofacial, que é a capacidade de compreender uma mensagem falada através de pistas visuais como por exemplo, movimentos dos lábios, expressão da face, sempre que possível fazer a associação da fala com a imagem e a escrita.
São orientações simples que contribuem para o melhor desempenho de todos os estudantes em sala, garantindo uma aprendizagem natural do conteúdo dado e mediado pelo professor, assegurando as habilidades e competências identificadas na Base Nacional Comum Curricular, que diz o seguinte o item 4 das Competências Gerais da Educação Básica:
Utilizar diferentes linguagens verbal (oral ou visual-motora, como LIBRAS e escrita) corporal, visual, sonora e digital, bem como conhecimento de linguagens artísticas, matemática e científica para se expressar, partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. (BNCC,2017, p 13)
Portanto, diante das afirmações citadas na Base Nacional Comum Curricular, que é um documento norteador para o sistema de ensino de todo o Brasil, todo estudante seja ele de escola pública ou privada, portadores de necessidades especiais ou não tem o direito de uma aprendizagem que auxiliem na construção e aprimoramento do seu desenvolvimento no âmbito escolar e na sua preparação para os desafios encontrados em seu dia a dia, compreendendo assim o letramento, que por sua vez, é a ação de ler e escrever percebendo a linguagem como exercício dos diversos contextos sociais.
Com o estudante surdo oralizado usuário de implante coclear, essa prática não é diferente, pois ouvir assim como ler e escrever é uma habilidade garantida pela Base Nacional Comum Curricular, que precisam ser construídas através do meio cultural em que estas crianças são expostas e através da mediação feita pelo professor, que é parte fundamental quando se fala em conduzir o aluno a busca de suas memórias preexistentes e a conduzi-lo na organização de suas hipóteses de leitura e escrita.
Para Hübner é importante dizer que:
Ler e escrever são invenções culturais, que demandam uma readaptação para sua aprendizagem. Aí entra o papel do adulto, em geral do professor, que apresentará à criança um sistema, convencional e arbitrário, de representação da cadeia sonora da fala. (HÜBNER,2017, p.32)
Esta construção é feita através de funções que desenvolvem a consciência fonológica, através de atividades lúdicas com rimas e aliterações, na construção do vocabulário por meio de histórias, na apresentação de textos de diversos gêneros, das variadas funções da escrita, no aprendizado do nome próprio, do nome dos colegas de classe, na identificação do som das letras, na construção e segmentação oral e escrita de palavras, nas atividades despertem no aprendiz a atenção, no saber compreender o que fala e o que o outro diz, na indução do diálogo.
O professor sempre atuando como mediador do conhecimento, despertando a curiosidade e estimulando o espírito questionador do aluno, adaptando e organizando seus conhecimentos adquiridos de maneira informal, levando-o a uma compreensão do sistema linguístico desenvolvendo um conjunto de habilidades cognitivas que são de suma importância na criação de estratégias e na aquisição das práticas sociais de leitura e escrita.
2.2 CORRELAÇÃO DE MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO QUE PODEM SER TRABALHADOS DE FORMA QUE FAVOREÇA O ESTUDANTE NAS PRÁTICAS SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA.
A criança aprende a ler e escrever convivendo com leitura e escrita reais, portanto para isso é preciso fazer a relação dos sons com as letras porque a escrita alfabética é um registro dos sons da língua, é transformar fonema em grafema. E com o aluno surdo oralizado usuário de implante coclear, não é diferente, a questão é como ele vai aprender que é necessário fazer associações do convívio da língua escrita em situações diversas, como leitura de livros, revistas, jornais e ao mesmo tempo o professor deve direcioná-lo em como aprender a ler e a escrever, que é onde entra os conceitos de alfabetização e letramento e a correlação dos métodos de alfabetização. De acordo com Soares (2004, p.14):
A alfabetização se desenvolvendo contexto e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento e este por sua vez, só se pode desenvolver no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema -grafema, isto é, em dependência da alfabetização. (apud TERAO,2020, p.14)
Um modo de ensinar de forma que venha garantir essa aprendizagem é fazendo ligação de algumas estratégias vistas no Método Fônico, Método das Boquinhas, Método Tradicional e a Teoria Construtivista, lembrando que assim os métodos devem ser sempre aplicados de acordo as necessidades de aprendizagem individual do aluno. Na visão de Guarezi (2020), a correlação dos métodos de alfabetização, sendo eles o fonético, o tradicional e o das boquinhas auxiliam no processo de desenvolvimento das habilidades auditivas que por sua vez levam ao objetivo maior que é o desenvolvimento da linguagem e o desenvolvimento e aprendizado da leitura e escrita. (informação verbal)
O Método das Boquinhas é sobretudo uma metodologia multissensorial que envolve associação fonema/grafema/articulema, que por sua vez promovem o processo de alfabetização. É um método que recorre a duas áreas de conhecimento a Fonoaudiologia e a Pedagogia. A autora Jardini (2010, p.155) diz que:
O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra), as articulatórias (articulema/Boquinha). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta no sentido de alfabetizar quaisquer crianças e mediar/reabilitar os distúrbios da leitura e escrita […] Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984,1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros, cujas ideias são resumidas numa percepção holística frente a alfabetização, tendo a visão da linguagem como ponto focal da aprendizagem. (apud TERAO,2020, p.20)
Portanto é um método que visa auxiliar o processo de alfabetização, com base em estudos fonológicos e pedagógicos, mediando a construção de leitura, escrita e suas práticas com exercícios que usam a imagem articulada da boca conforme o fonema/grafema.
O Método Fônico por sua vez, é uma metodologia que destaca a correspondência entre os grafemas e os fonemas, contribuindo para a construção da ciência fonológica, é simplesmente ensinar aos alunos os sons das letras e depois combiná-los na construção de palavras. Falando em criança surda oralizada usuária de implante coclear, o método precisa ser adaptado a leitura orofacial e ao tato, quando precisamos diferenciar por exemplo, as consoantes com vibração e sem vibração na corda vocal, respectivamente surdos (f), sonoro (v), que são exemplos de consoantes fonologicamente parecidas.
Em uma entrevista no canal do YouTube Como Educar Seus Filhos, Capovilla afirma que:
O Método Fônico deve ser adaptado as necessidades do educando. No caso do surdo, por exemplo, o Método Fônico deve ser precedido da língua de sinais ou se a criança tiver um implante coclear, de reabilitação auditiva, com o método de leitura orofacial. (CAPOVILLA,2017)
O Método Tradicional e a Teoria Construtivista só vêm a agregar com suas contribuições para a alfabetização dos alunos surdos oralizados usuários de implante coclear. O Método Tradicional é um método antigo que atua na correspondência do som e grafia, oral e escrita, focando na repetição de exercícios e o uso da memória, que são estratégias importantes a serem exploradas pelos professores destes alunos, já a Teoria Construtivista, baseada nas pesquisas de Jean Piaget é conhecido na construção do conhecimento, na interação com o outro, no aluno como protagonista do aprendizado e do ponto de vista linguístico compreende a aquisição da leitura e escrita através da prática, do despertar da curiosidade.
Então cada método em particular possuem estratégias significativas que correlacionadas auxiliam de forma assertiva o processo de alfabetização e letramento do aluno surdo usuário de implante coclear que precisa conhecer o som de cada letra, a gesticulação, a leitura orofacial precisa estabelecer ligação entre o fonema e o grafema, se apropriar do sistema de escrita alfabética, precisam estar inseridos num mundo letrado através de diversas formas textuais, na prática da leitura e escrita, onde também precisam construir seu conhecimento através da mediação do professor. Soares define que métodos de alfabetização são:
Conjuntos de procedimentos fundamentados em teorias e princípios linguísticas e psicológicos, mas suficientemente flexíveis para que, na prática pedagógica, possam superar as dificuldades interpostas por fatores externos que interfiram na aprendizagem dos alfabetizandos. (SOARES,2019, p.53)
Entretanto para que a correlação dos métodos citados favoreça o estudante durante o processo de alfabetização e letramento. O professor precisa estar atento as necessidades do educando, explorar o conhecimento prévio de cada aluno e aplicar de modo assertivo as estratégias pedagógicas de cada método para que o aluno surdo oralizado usuário de implante coclear consiga construir seus conhecimentos, assim como qualquer outro aluno na mesma fase de aprendizagem. Na opinião de Fugiwara (2020) o professor precisa acreditar no potencial de seu aluno e aplicar a metodologia de acordo com a necessidade e desempenho dela. (informação verbal).
2.3 O PAPEL DO PROFESSOR EM COMO PROMOVER MEDIAÇÕES E INTERVENÇÕES DE ACORDO A COMBINAÇÃO DAS ABORDAGENS METODOLÓGICAS.
O papel do professor é mais do que simplesmente transferir conhecimento para que o aluno avance significativamente em seu processo de aprendizagem. Ele precisa ter como ponto de partida conhecer a realidade do aluno e da família, já que a prática pedagógica da escola vai além de seu currículo formal, ela também cumpre funções dada pela sociedade.
Mas falando em conteúdo de aprendizagem, o professor necessita buscar meios de fazer mediações e intervenções necessárias para que assegurem a construção de saberes de seus alunos. A função docente tem como objetivo principal desenvolver o potencial de cada aluno fortalecendo os processos de pensamento lógico e raciocínio como forma de compreender o uso da leitura e escrita em práticas sociais quando se fala em processos que envolvem alfabetização e letramento.
O pedagogo como alfabetizador, não precisa necessariamente decorar todas as práticas e metodologias, mas ter a capacidade de fazer a relação dos conteúdos com a realidade dos alunos, onde ele possa criar vínculos através de diálogos, fortalecendo o sentido de acolher as diferenças reconhecendo que cada estudante é único, que aprende de forma diferente dentro do mesmo contexto. De acordo com Araújo:
O papel do educador em sala de aula é muito desafiante. Saber usar métodos, processos e técnicas de ensino é fundamental, por que são eles que o ajudam a alcançar os objetivos educacionais e a desempenhar melhor o seu papel de educador, especialmente o de alfabetizando. (ARAÚJO,2010, p.25)
Diante disso, o professor precisa construir roteiros educativos através de seus conhecimentos teóricos e metodológicos com foco numa aprendizagem que compreenda o aluno de maneira integral e identificando suas individualidades, reconhecendo seus saberes, colaborando para que o estudante chegue a seus objetivos. Ele precisa assumir o papel de mediador, provocando o aluno a aprender a partir de seus questionamentos, estimulando sua participação em todos os momentos de aprendizado dentro do ambiente escolar. É fundamental estar em constante formação, atento as novas formas, estratégias de aprendizagem, utilizando de todos os recursos para atender de forma significativa a individualidade dos discentes.
A alfabetizadora Kaviski (2020), diz que na alfabetização de crianças usuárias de implante coclear, é necessário a abordagem feita com a combinação de metodologias, pois os métodos têm seus pontos positivos e negativos e cabe ao professor selecionar os pontos fortes de cada um para atender a individualidade de cada criança. (informação verbal)
É fundamental que ele compreenda que as dificuldades de uma criança surda oralizada usuária de implante coclear são muito parecidas com as que a criança ouvinte apresentam, é necessário identificar e reconhecer a diferença entre os alunos e assegurar para que o conhecimento seja compreensível por todos, o importante é perceber na prática e ter a sensibilidade de qual melhor caminho a seguir. Segundo Araújo:
O ensino de hoje não se fundamenta em decorar mecanicamente as informações, mas sim ter a capacidade de fazer as associações dos conteúdos com a realidade dos alunos, com a abertura de questionamentos e discussões dos assuntos ministrados em sala. (ARAÚJO,2010, p.27)
O professor alfabetizador necessita estar sempre atento a tudo que se diz respeito a educação, as novas práticas e técnicas de ensino para que possa melhorar seu desempenho em como promover o aprendizado de seus alunos com responsabilidade de modo que venham auxiliar no processo de alfabetização de cada um.
O profissional de educação comprometido com o aprendizado de seu aluno, é aquele que orienta, ajuda, organiza e media, provoca espanto e curiosidade no intuito de dar sentido e construir sentido através dos princípios éticos que se espera de um docente.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se iniciou o trabalho de pesquisa foi constatado que, os estudantes surdos usuários de implante coclear encontravam em seu processo de alfabetização dificuldades relacionadas a seus professores e a escolha de apenas uma metodologia como estratégia de ensino que direcionasse seus alunos ao desenvolvimento de suas habilidades de leitura e escrita e por isso era importante estudar sobre a alfabetização e letramento de surdos oralizados usuários de implante coclear.
Diante disso a pesquisa teve como objetivo geral identificar a correlação de quais métodos de alfabetização podem auxiliar na construção do conhecimento durante o processo de alfabetização e letramento dos estudantes surdos oralizados usuários de implante coclear foi efetivamente atendido, pois foi possível verificar nas metodologias os pontos positivos que podem ser correlacionados para a aquisição do devido processo de alfabetização e letramento.
O objetivo específico inicial era comprovar de que forma a alfabetização e o letramento podem ser trabalhados com os estudantes no qual foi propriamente atendido pelo fato de identificar estratégias e orientações direcionadas ao estudante, com a qual podem ser aplicadas em sala de aula, trazendo benefícios para toda a turma.
O segundo objetivo específico era analisar a correlação de métodos de alfabetização, que podem ser trabalhados de forma que favoreçam o estudante nas práticas sociais de leitura e escrita que também foi atendido devido a pesquisa ser estritamente direcionada a algumas metodologias, teorias e práticas de alfabetização relatando como podem ser trabalhados em sala de aula respeitando a individualidade de cada estudante.
O último objetivo específico, descrever o papel do professor em como promover mediações e intervenções de acordo a combinação das abordagens metodológicas, foi atingido de forma significativa por abordar o papel do professor como alfabetizador levando em consideração sua responsabilidade quando se trata em como conduzir o aluno a descoberta de seus saberes através de mediações e intervenções feitas de maneira que promova o aprendizado de seu aluno.
O problema identificado tratava-se em como podemos levar o estudante surdo oralizado usuário de implante coclear ao exercício das práticas de leitura e escrita, através da correlação de métodos de alfabetização, também respondido através de informações, questionamentos dos objetivos traçados e das pesquisas feitas com embasamento teórico.
As dificuldades e limitações encontradas foram a busca de materiais e autores que comprovassem a abordagem da pesquisa, onde pouco se fala de surdos oralizados e ainda menos do seu processo de alfabetização e letramento. Normalmente as pesquisas são direcionadas aos surdos que possuem a língua de sinais como língua materna, o que não é o caso tratado na pesquisa, já que foi citado que o surdo oralizado abordado na pesquisa tem como língua materna o português escrito e falado.
Recomenda-se a devida pesquisa primeiramente a pais de crianças que se deparam com tantos obstáculos encontrados durante o período de alfabetização de seu filho, por não entenderam qual caminho devem seguir, logo após, a professores que buscam aprimorar seus conhecimentos na tentativa de oferecer estratégias assertivas na organização dos saberes de seus alunos e na intenção que compreendam que um aluno usuário de implante coclear tem basicamente as mesmas dificuldades de um aluno ouvinte e que as estratégias direcionadas a um pode contribuir na evolução do outro.
Destina-se também a aqueles que venham fazer uma pesquisa que aborda o mesmo assunto na intenção de encontrar determinados autores livros e materiais que possam contribuir em sua revisão de literatura.

REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Maria José de Azevedo. Escrita, Alfabetização e Letramento. Aracaju: UNIT,2020.
BARROS, Rubem. Desafios da alfabetização. Revista Neuroeducação, São Paulo, n.9, p.12-19,2017.
CAPOVILLA, Fernando. 1Vídeo (13min30s). Nenhuma criança deve ser deixada para trás,2017 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=R6r0ghEVZJ4&feature=emb_logo>. Acessado em: 14 out.2020.
EDUCAÇÃO, Ministério da. Base Nacional Comum Curricular. Brasil, 2017.
FUGIWARA, Katia. Depoimento [set.2020]. Entrevistador. Carolina Ferreira Silva. Feira de Santana; UNIT, 2020. Questionário eletrônico (5 questões). Entrevista concedida para a pesquisa alfabetização e letramento de surdos oralizados usuários de implante coclear.
GUAREZI, Vania Sutil. Depoimento [set.2020]. Entrevistador. Carolina Ferreira Silva. Feira de Santana; UNIT, 2020. Questionário eletrônico (5 questões). Entrevista concedida para a pesquisa alfabetização e letramento de surdos oralizados usuários de implante coclear.
HÜBNER, Lilian Cristine. Para formar novos leitores. Revista Neuroeducação, São Paulo, n.9, p.31-37, 2017.
KAVISKI, Adriana. Depoimento [set.2020]. Entrevistador. Carolina Ferreira Silva. Feira de Santana; UNIT, 2020. Questionário eletrônico (5 questões). Entrevista concedida para a pesquisa alfabetização e letramento de surdos oralizados usuários de implante coclear.
SOARES, Magda. Alfabetização: A questão dos métodos. 1ed., São Paulo: Contexto, 2019.
TERÃO, Mayumi Yabe. Contribuições do método das boquinhas para o processo de alfabetização Disponível em: <https://metododasboquinhas.com.br/artigos-cientificos/>. Acesso em: 14 out.2020.
Boa tarde!
Artigo maravilhoso!!Parabéns a prof Carolina F Silva.Vamos agregar essa matéria ao material que temos de orientação para as escolas e famílias!Eu como mãe, tbm vou utilizar esse material como fonte de pesquisa para falar sobre o processo de alfabetização do aluno surdo oralizado,usuário de ic, tema do projeto de conclusão de curso do meu filho,aluno do Ifam, q inclusive usa essa tecnologia. Muito obrigada!!
Keilah Ayres
Presidente Anaso Associação Nacional de surdos oralizados
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