A cóclea é um órgão que tem a forma de um canal em espiral, semelhante à concha de um caracol. Está localizada na região da orelha interna, na porção anterior do labirinto, dentro do osso temporal do crânio.
Figura 1) Representação das orelhas externa, média e interna. Observa-se que a seta azul aponta para a cóclea.
Ela tem uma função muito importante que é a FUNÇÃO AUDITIVA, ou seja, ela é responsável pela nossa AUDIÇÃO.
E como isto acontece? O fenômeno ocorre basicamente de duas maneiras:
⁃ Pela via aérea: O som penetra em nosso canal auditivo fazendo a membrana timpânica vibrar ao fundo. A vibração da membrana timpânica promove a movimentação da cadeia dos ossículos (martelo, bigorna e estribo) que estão na orelha média. A movimentação dos ossículos permite a movimentação de uma pequena janela, chamada de janela oval, o que leva à movimentação de dois líquidos que existem dentro da cóclea – a perilinfa (nas rampas vestibular e timpânica) e a endolinfa (no ducto coclear). Mergulhadas na endolinfa estão milhares de células ciliadas que são inervadas pelo nervo auditivo. A movimentação da endolinfa leva à movimentação dos cílios dessas células, estimulando as fibras do nervo e transformando o estímulo sonoro em impulso elétrico que, por sua vez, chegará ao cérebro, onde será interpretado ou decodificado.
⁃ Por via óssea: O som faz vibrar os ossos do crânio e esta vibração atinge os líquidos que estão dentro da cóclea – a perilinfa e a endolinfa. A partir daí, segue o mesmo caminho da via aérea.
Figura 2) Representação da condução do som por via aérea e por via óssea.
Algumas curiosidades:
• O ouvido humano pode detectar sons com frequências que variam de 20 Hz a 20.000 Hz. Os sons abaixo de 20 Hz, classificados como infra-sons, são perceptíveis apenas por alguns animais, como os elefantes e as toupeiras. Já os sons acima de 20.000 Hz, chamados de ultrassônicos, podem ser percebidos pelos gatos e cachorros (até 40.000 Hz) ou pelos golfinhos e morcegos (até 160.000 Hz).
• Cada frequência de som é detectada em uma região da cóclea. As frequências agudas (altas) são detectadas na região basal da cóclea e as frequências graves (baixas) na região apical. Esta distribuição de frequências denomina-se tonotopia coclear. Podemos compará-la às teclas de um piano, onde cada uma é responsável por determinado som.
Figura 3) Representação da tonotopia coclear.
• Quando o som sai da cóclea e chega ao nosso cérebro, ele chega todo fragmentado ou “repartido”. É o cérebro que junta cada fragmento e faz o que ouvimos se tornar compreensível.
Magnífico, não é mesmo!?
