Você sabia que o Fonoaudiólogo pode medir seu zumbido através de testes auditivos?

Mas por que medir o zumbido?

A avaliação audiológica do zumbido, através de testes específicos para caracterização do sintoma, é importante para:

• Direcionamento e monitoramento terapêutico;
• Comunicação entre profissional e paciente;
• Aconselhamento;
• Reabilitação audiológica;
• Validação do sintoma do paciente.

As medidas permitem identificar a frequência e a intensidade percebidas do zumbido, através do teste chamado acufenometria, e mostrar possíveis efeitos da estimulação sonora no zumbido, que são investigados nos testes para verificação do nível mínimo de mascaramento e do efeito de inibição residual.

Sim, o zumbido pode ter sua percepção alterada com o uso adequado de um som externo. Contudo, o uso deve ser adequado porque exige método e técnica, além de cuidados frente a apresentação.

Existe teste auditivo que permite verificar se o som do zumbido pode ser encoberto por um som externo até ficar imperceptível. Permite, ainda, verificar se a estimulação sonora prolongada pode reduzir ou até suprimir o zumbido temporariamente.

Dada a associação do zumbido com distúrbios de tolerância a sons, outra medida que traz informações importantes é o limiar de desconforto a sons, em que o fonoaudiólogo verifica o nível em que o paciente começa a apresentar desconforto frente a apresentação de estímulos sonoros calibrados.  

Essas características do zumbido, e se há algum problema de desconforto a sons associado, são relevantes quando pensamos em estratégias de reabilitação audiológica, em que utilizamos as próteses auditivas para reabilitar a perda auditiva, e utilizamos o som, com a finalidade de tratar o zumbido, com método, de forma personalizada e adaptada para as reais necessidades de cada paciente.

As informações obtidas nos testes podem ser utilizadas em processo de aconselhamento ao paciente, fornecendo bases para orientação. Também podem facilitar a comunicação entre profissional e paciente, permitindo maior compreensão sobre as características do sintoma e evolução do quadro, estabelecimento de prioridades para cada caso e possíveis encaminhamentos.

Como estratégia de monitoramento, as medidas do zumbido podem auxiliar a compreender dados de efetividade de uma intervenção e a ter parâmetros para definir a percepção subjetiva ao longo do tempo.

Vale salientar que mudanças na percepção do sintoma podem sugerir alguma instabilidade clínica do paciente e merecem ser investigadas pelo médico otorrinolaringologista responsável. 

Para muitos pacientes, é confortante a possibilidade de medir o zumbido, tornando o sintoma, que geralmente é subjetivo, algo mais palpável e mais real.

Diante de toda heterogeneidade do sintoma zumbido, e da grande susceptibilidade à influência de outras questões não auditivas, como o estado emocional, estresse, sintomas de ansiedade e depressão, é possível afirmar que quanto mais destrincharmos e conhecermos o sintoma do nosso paciente, melhor direcionamento conseguiremos obter.

*Se você sofre com o zumbido, procure ajuda especializada. O ponto de partida é a investigação médica e existem possibilidades terapêuticas para a melhora do seu sintoma.

Referências 

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