Utilizando da Imitanciometria na rotina da avaliação audiológica

TRANSMISSÃO DO SOM

O processo de transmissão do som, a energia sonora / acústica se propaga pelo meato acústico externo e incide sobre a membrana timpânica que vibra com o mesmo padrão vibratório do estímulo sonoro, até chegar à cóclea. Porém, nem toda energia sonora que incide na membrana é absorvida, parte é refletida, o que faz com que a intensidade do estímulo sonoro seja diminuída. 

Para recuperar a energia sonora “perdida”, o ouvido médio tem a função de amplificador mecânico, além de ser o responsável por transformar a energia vibratória do meio aéreo (orelha média) em energia vibratória  no meio líquido (orelha interna),  sem perder suas características e qualidades.

Dessa forma, é indispensável analisar a orelha média na bateria de exames audiológicos em conjunto com a audiometria, visando um diagnóstico preciso.

IMITANCIOMETRIA, O QUE É?

A imitanciometria é um exame rápido, objetivo (não depende da respostas do paciente) e indolor que tem como finalidade  avaliar o ouvido médio desde a mobilidade da membrana timpânica até o reflexo do músculo estapédio, por meio  de variação de pressão  sonora  introduzida no meato acústico externo.

Ao realizar a imitanciometria, também chamada e impedanciometria, podemos avaliar as medidas de timpanometria, compliância estática e reflexo acústico do músculo estapediano.

Timpanometria verifica  a mobilidade da membrana timpânica e a situação da orelha média pela variação de pressão sonora  introduzida no meato auditivo externo, diferenciando assim os tipos de perdas auditivas condutivas e  avaliando o funcionamento da tuba auditiva.

 A compliância estática é a medida da mobilidade do sistema tímpano-ossicular ( quantidade de energia que é refletida) , revelando se há rigidez ou flacidez  do sistema.

A pesquisa da presença e medida do reflexo do músculo do estapédio avalia a contração reflexa do deste músculo e a menor intensidade capaz de elucidá-lo. Essa medida é bastante utilizada para diagnóstico diferencial de perdas auditivas, uma vez que sugere a localização da lesão.

A presença do reflexo estapediano indica um funcionamento normal desde a orelha externa até o sistema auditivo central. Todas estas medidas são importantes, porém não devem ser analisadas isoladamente.

COMO É REALIZADO O EXAME IMITANCIOMETRIA

O exame deve ser realizado em ambiente silencioso, é rápido e indolor.

Inicialmente o examinador avalia as condições do meato acústico externo, através da meatoscopia, verificando se há algum impedimento para a sua realização como excesso de cerume, perfuração da membrana timpânica além de observar o tamanho do conduto auditivo.

O paciente é orientado a permanecer quieto e tranquilo uma vez que o exame não depende de suas respostas. 

É colocado um fone em um ouvido do paciente e no outro (ouvido examinado) é introduzida uma pressão no conduto auditivo externo por meio de uma sonda (sua ponta assemelha-se ao fone de ouvido de celular), inicia- se o teste com pressão positiva e depois há uma variação para pressão negativa.

Em seguida, são emitidos sons em diferentes frequências e intensidades a fim de avaliar a presença do reflexo do músculo estapédio e qual a mínima intensidade foi capaz de gerá-lo.

Todo procedimento é executado nas duas orelhas.

QUANDO FAZER IMITANCIOMETRIA

A imitanciometria é um exame de grande importância clínica, objetivo, rápido, minimamente invasivo e de fácil aplicação. Sua realização é importante para a detecção e diagnóstico de problemas auditivos por avaliar o funcionamento do sistema auditivo – ouvido médio. 

Pode ser solicitado no check-up auditivo ou sempre que houver algum sintoma auditivo, sendo imprescindível na bateria de exames audiológicos.

É um exame normalmente utilizado para complementar e confirmar os resultados obtidos na audiometria; monitorar otites de repetição;  auxiliar  a avaliação da tontura;  fazer o diagnóstico diferencial entre perdas auditivas – em qualquer idade, além de poder ser utilizado em triagem auditiva em crianças em idade escolar.

A imitanciometria deve sempre ser realizada por profissional habilitado como médico especialista ou fonoaudiólogo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

Lopes Filho, O.C. Imitancia acústica : Aplicações clinicas. In: Lopes filho – tratado de fonoaudiologia. São Paulo, Editora Roca, 1997. P.171-200.

______. Tratado de fonoaudiologia. Ribeirão Preto: Tecmed; 2005.

Oliveira, JA. Fisiologia Clínica da Audição – Cóclea Ativa. In Otacílio & Campos, Tratado de Otorrinolaringologia, 1994, 510-530.

ONUSKO, EDWARD M.D., Timpanometry. Clinton Memorial Hospital, Wilmington, Ohio.

Russo, Iêda C. Pacheco; Santos, Teresa M. Momensohn do. A Prática Da Audiologia Clínica. Editora: Cortez. 4ª Edição. Ano: 1993.

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