Banana da Fala, o que é?

Banana da Fala corresponde a uma área no audiograma em que as intensidades e frequências dos sons da fala se encontram. O nome peculiar é devido ao formato dessa área, que lembra uma banana.

Mas para entender o que realmente é a Banana da Fala, é preciso entender o que é um audiograma.

O Audiograma

O audiograma é um gráfico construído sob dois eixos, no eixo vertical, temos a intensidade do som, medida em decibéis; no horizontal, temos a frequência do som, medida em Hertz. Quanto mais baixa está a linha, maior a intensidade. E, quanto mais à direita, maior a frequência.

O audiograma possibilita o registro dos limiares de audibilidade do indivíduo. Seu gráfico registra as frequências que variam de 125 a 8.000 Hz e intensidades de -10 a 120 dB NA. A razão de existirem valores negativos (-5 e -10), justifica-se pelo fato de existirem indivíduos que percebem níveis de pressão sonora inferiores ao valor de referência, ou seja, 20mpa (0 dB).

Na imagem temos um audiograma, onde podemos notar a representação dos sons do nosso cotidiano e uma sombra, representando a Banana da Fala, com a caracterização dos fonemas, os “sons da fala”.

Os limiares auditivos obtidos por meio da audiometria tonal limiar são dispostos e representados graficamente no audiograma, usando um sistema de símbolos padronizados. Sendo fundamental para o processo diagnóstico audiológico e determinação dos limiares auditivos, comparando os valores obtidos com os padrões de normalidade, usando como referência o tom puro (Lopes, Munhoz, e Bozza, 2015). A partir da análise do audiograma é possível verificar o resultado audiológico, que deve conter, tipo, grau, configuração e lateralidade da perda auditiva.

Como a Banana da Fala pode influenciar a audição?

A Banana da Fala é essencial para identificarmos a forma como a perda auditiva pode influenciar a nossa compreensão de determinados sons. Para a maioria das pessoas, a perda auditiva tende a se desenvolver em um pequeno passo de cada vez (muitas vezes, é tão lento e sutil que o indivíduo nem percebe que está acontecendo). Isso significa que faixas de frequência específicas tendem a ser afetadas primeiro. 

Portanto, em um cenário onde a capacidade de ouvir sons agudos seja afetada, mas a capacidade de ouvir todos os sons graves e médios esteja estável, o indivíduo pode ver facilmente como sua capacidade de ouvir os sons “f” ou “s” estaria comprometida, analisando a Banana da Fala. 

Portanto, a Banana da Fala pode nos ajudar a compreender as dificuldades que o indivíduo com perda auditiva pode apresentar. 

Como entender a perda auditiva por meio da Banana da Fala? 

Os audiologistas estão preocupados principalmente com a perda auditiva que ocorre dentro da Banana da Fala porque ela pode retardar o desenvolvimento das habilidades de linguagem e fala em criança, por sua vez, pode interferir profundamente no aprendizado. Também pode prejudicar as capacidades de comunicação em adultos, como em idosos com perda auditiva relacionada à idade, a presbiacusia

Quando a perda auditiva invade a área que corresponde a da Banana da Fala, a comunicação do indivíduo pode ficar cada vez mais desafiadora e alguns sinais podem ser observados, como: 

– Palavras específicas de repente, se tornam mais difíceis de ouvir; 

– As palavras podem soar confusas ou distorcidas durante uma conversa; 

– Maior dificuldade em ouvir algumas pessoas do que outras (por exemplo, mais dificuldade em ouvir homens do que mulheres ou vice-versa).

Como a Banana da Fala pode nos ajudar?

A análise do audiograma e quais sons estão comprometidos ajuda o especialista a identificar e tratar a perda auditiva. Perdas auditivas consideradas leves, já podem invadir a área da Banana da Fala, e sons essenciais para a compreensão da fala, serem comprometidos. 

Os aparelhos auditivos (AASI) podem ser ajustados para amplificar faixas de frequência específicas, ignorando outras. Quanto melhor o indivíduo ouvir as frequências e intensidades abrangidos pela Banana da Fala, melhor será discriminação dos sons e sua comunicação.

Bibliografia 

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE ASSOCIATION (ASHA). Guidelines for audiometric symbols. Suppl 2, p. 25-30, 1990.

LOPES, A.C.; MUNHOZ, G.S.; BOZZA, A. Audiometria tonal liminar e de Altas Frequências. In: BOECHAT, E. M., et al., Tratado de audiologia. Sao Paulo: Santos. 2 ed. p. 57-67, 2015.

KLANGPORNKUN, N. et al. Predictions from “speech banana” and audiograms: Assessment of hearing deficits in Thai hearing loss patients. Meeting of the Acoustical Society of America San Francisco, California, 2013.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: