AMBIENTE ESCOLAR E PERDA AUDITIVA, REQUER MUDANÇAS?

Você sabia que ouvir é diferente de escutar?

De acordo com Sweetow*, ouvir é um mecanismo passivo,  permitindo acesso à informação acústica, já escutar é um mecanismo ativo, sendo necessárias atenção e intenção para atingir a compreensão da mensagem.  Com isto,  mesmo os deficientes auditivos usuários de aparelho auditivo (AASI), de implante coclear e de próteses auditivas ancoradas ao osso, podem não ter uma compreensão satisfatória daquilo que ouvem, principalmente, em ambientes com ruído ou barulhos competitivos.

No que se refere, portanto, ao ambiente de uma escola regular ou comum, em que a criança com deficiência auditiva terá uma amostra das diversas demandas e desafios que enfrentará ao longo da vida e será estimulada a falar, tornando-se, portanto, um surdo oralizado, as mudanças no ambiente escolar são necessárias e têm as seguintes finalidades:

  • Melhorar o acesso à informação auditiva;
  • Diminuir o impacto das condições do ambiente que prejudicam a escuta;
  • Diminuir o esforço auditivo, que pode levar à fadiga e desatenção.

Portanto, existem recursos simples dos quais os professores podem lançar mão, a fim de proporcionar a esses alunos um ambiente escolar com boa escuta, como: 

  • minimizar ruídos em sala de aula, por meio da conscientização dos demais alunos e mantendo as portas fechadas;
  • disponibilizar um assento próximo ao professor e longe das paredes, portas e janelas;
  • possibilitar a formação de dupla com um colega amigável, estabelecendo parceria nas atividades;
  • inserir legendas em vídeos (mesmo que na língua materna);
  • investir em estratégias visuais, como escrever no quadro ou na lousa e utilizar imagens diversas;
  • falar olhando para a criança/adolescente, possibilitando a leitura labial;
  • falar próximo à criança/adolescente (distância máxima de 1,5m);
  • salas de aula com boa iluminação e com boa acústica;
  • uso do sistema de frequência modulada (sistema FM).

Vale ressaltar que, aos que queiram, não deve haver impedimentos para a aprendizagem também da língua de sinais (LIBRAS), o que pode se dar em escolas especiais ou em outro lugar.

*Sweetow R, Palmer CV. Efficacy of Individual Auditory Train- ing in Adults: A Systematic Review of the Evidence. J Am Acad Audiol. 2005; 16(7):494-504.

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