O colesteatoma consiste na presença de epitélio escamoso queratinizado, ou seja, pele, em qualquer região pneumatizada do osso temporal.
Muitos chamam de tumor , mas esta doença , nada mais é que a presença de pele em qualquer local onde esta não deveria ser encontrada, como na orelha média e nas células da mastóide, locais originalmente revestidos por mucosa.
A otite média colesteatomatosa se divide nos seguintes grupos:
1- Colesteatoma Congênito:
Raro e surge depois membrana timpânica intacta. Os pacientes não apresentam histórico de infecção da orelha média ou cirurgia otológica.
2- Colesteatoma adquirido primário:
Origina-se da retração da parte mais flácida da membrana timpânica. Muito comum em pacientes com alterações na tuba auditiva. Quando a pessoa não consegue igualar a pressão do ambiente externo com o ambiente da orelha média , a pressão dentro da orelha fica negativa e puxa a membrana timpânico para dentro da orelha, levando a bolsas de retração , e acúmulo de pele dentro da orelha média.
3-Colesteatoma adquirido secundário:
Ocorre quando o paciente tem perfuração da membrana timpânico, seja por otites de repetição ou por procedimento cirúrgico prévio. Pele da orelha externa adentra a orelha média por estas perfurações.
O Colesteatoma tem uma característica particular de se expandir gradualmente. Esta expansão ocorre devido a proliferação destas células epiteliais. E quando associadas a infecções bacterianas , o colesteatoma tem a capacidade de gerar graves complicações.
As complicações mais comuns são:
1- Erosão da parede superior do temem timpânico, em outras palavras, teto da orelha média, podendo levar a quadros de meningites e abscessos cranianos.
2- Erosão da capa óssea que recobre o nervo facial, nervo responsável pelos movimentos do rosto ipsilateral. Assim, pode ocasionar a paralisia facial periférica.
3- Erosão das estruturas do labirinto posterior, com disfunção vestibular e consequentes quadros de tonturas.
4- Erosão da cadeia ossicular e estruturas próximas, e toxinas bacterianas levando a temida Perda Auditiva.
A perda auditiva nestes casos podem ser desde quadros leves até quadros mais avançados, como perda auditiva total.
O tratamento desta lesão consiste sempre na remoção por cirurgia do colesteatoma. Esta não é uma doença que se trata com medicações. Antibióticos podem trazer alívio temporário mas as cirurgias são os procedimentos ditos curativos.
Após a remoção do colesteatoma, é comum o paciente ter perda auditiva. O tratamento para este quadro inicia-se com próteses auditivas convencionais , próteses auditivas ancoradas ao osso e implantes cocleares. Somente o médico Otologista poderá auxiliar o paciente a escolher o melhor tratamento individualizado e personalizado.
Vale ressaltar que em alguns casos não há comprometimento da audição, quanto mais precoce o tratamento, melhores são as chances de não ter perda auditiva.
